Coordenador : Ana Isabel Guimarães Borges
Ano: 2023
Edital: UFF/PROEX - Fluxo Contínuo 2023
Protocolo: 389141.2206.85690.10032023
Departamento/Setor: GLE
Área Temática : Educação
Tipo: Projeto
Publico Alvo : Alunos da graduação do curso Licenciatura em Letras Português-Espanhol do Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense e de outras Universidades; b. Estudantes e professores do ensino fundamental, médio e superior c. pessoas da comunidade interna e externa da UFF, sem contato prévio com um curso formal de proficiência leitora, seja em português ou em espanhol.
Local de atuação: Os locais pensados para a realização das atividades são o Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense (Rua Prof. Marcos Waldemar de Freitas Reis, s/nº Campus do Gragoatá, Bloco C cep 24210-200 São Domingos – Niterói – RJ Telefone/Fax: +55 (21) 2629-2601), escolas e bibliotecas públicas do município ou do Estado, vestibulares comunitários e a internet. As reuniões da coordenadora com os discentes extensionistas serão preferencialmente presenciais, assim como as oficinas; e quanto às palestras, estas serão virtuais, pois a experiência dos anos de pandemia demonstrou a superioridade do uso desse meio para as palestras, facilitando o trabalho tanto para os organizadores quanto para os palestrantes, aumentando e diversificando o público e chegando a várias universidades do país. Em relação às consultas à comunidade e ao trabalho com ela, combinaremos a proposta do trabalho presencial com encontros remotos, dependendo da atividade a realizar: consultas e enquetes, por exemplo, podem ser feitas remotamente; os encontros de leitura serão preferencialmente presenciais, mas também podem ser feitos na modalidade remota, dependendo da disponibilidade dos participantes.
Objetivo
O objetivo central do projeto é fazer da extensão o início do processo de profissionalização do estudante, despertando neles as questões que mais adiante vão enfrentar em sua formação e prática, formando leitores críticos e capazes de formar, eles mesmos, leitores também críticos. Um segundo objetivo é integrar em um mesmo projeto diferentes espaços de pesquisa e ensino/aprendizado nas universidades (sendo duas, a UFF e a UFRJ, as relacionadas no projeto) com o fim de construir nos extensionistas uma visão menos fragmentada de seus estudos e práticas. O terceiro objetivo é fomentar a relação entre o Instituto de Letras e sua comunidade através de uma ação que tenha como interlocutores pessoas que busquem experiências com uma língua estrangeira e com os demais produtos oferecidos pela Instituição - como biblioteca, eventos, mostras e feiras etc. E ainda buscar interlocução com pessoas que se encontrem fora do ambiente universitário, como escolas e ONGs, objetivando aproximá-las, ao levar a Faculdade até elas. Finalmente, é também nosso objetivo produzir e aplicar materiais didáticos específicos de leitura abarcando os mais variados gêneros para falantes de português brasileiro direcionados exclusivamente ao público que os utilizará. Ao decidir operar com textos, consideramos que a meta vai além do ensino de usos linguísticos. O que nos interessa é ensinar operações discursivas de produção de sentido (MARCUSCHI, 2008). Quando direcionamos o foco para a língua estrangeira, vemos que essa visão se amplia na medida em que a interação ocorre entre culturas, numa prática de reconhecimento que possibilita o deslocamento e a inserção do aprendiz em novos âmbitos de atuação, principalmente quando pensamos nos processos de comunicação que envolvem, na atualidade, a questão das novas mídias e seus usos. Daí que um dos objetivos seja relacionar a prática docente à produção de materiais que incorporem essas novas tecnologias, focando nos gêneros digitais, no sentido mais restrito, e em plataformas e sites educacionais, assim como nos instrumentos necessários para acessá-los e produzi-los.
Resumo
Este projeto propõe criar mediadores de leitura críticos e proficientes, disseminadores dessa prática leitora nas suas comunidades. Partimos de uma perspectiva textual-discursiva, no viés sócio-interativo, considerando a língua um sistema de práticas com o qual os falantes/ouvintes ... agem e expressam suas intenções com ações adequadas aos objetivos em cada circunstância...; e tomando o texto como a unidade máxima de funcionamento da língua. (MARCUSCHI, 2008). Assim o texto, oral e escrito, torna-se o centro do processo de interação. Essa perspectiva leva a uma ótica interacional no ensino/aprendizagem, privilegiando o gênero (BAKHTIN, 1998) e sua tipologia. Tomamos também a noção de interculturalidade (RODRIGO, 2001), na qual o ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira privilegia o encontro e a comunicação intercultural, auxiliando na compreensão do mundo e de si mesmo, no equilíbrio das relações de poder e no fomento da consciência social. Incluímos o conceito de multiletramentos de ROJO (2012) e gêneros ligados à cultura dita de periferia e/ou popular, recuperando GARCÍA CANCLINI (1998), que caracteriza a produção cultural urbana contemporânea a partir da desterritorialização e do descolecionamento. Isso leva a uma apropriação da cultura diferente dos usos estabelecidos tradicionalmente. Ler o mundo é uma estratégia que ampara elaborações e re-elaborações do estar-no-mundo.